TEC
Teatro Experimental de Cascais
FEDRA
de Jean Racine
TEC Teatro Experimental de Cascais
10ª produção | 1967
FEDRA
de Jean Racine
tradução António
Barahona da Fonseca
encenação Carlos Avilez
cenografia | figurinos Júlio
Resende
assistência de encenação João-Pedro Cascais
joalharia Kukas
penteados Odette
direcção de cena Ruy de Matos
sonoplastia Fernando Pires
instalação sonora Fernando Dias
contra-regra Alfredo Martinho
maquinaria de cena Joaquim Alves da Silva
operação de luzes Manuel Miranda
execução de guarda-roupa Maria Adelina Ferreira
fotografias de cena J. Marques
capa do programa Júlio Resende
relações públicas | programa Maria Virgínia de Aguiar
administrador Augusto Coimbra
secretariado Manuel Miranda
interpretação Amélia
Rey-Colaço, António Marques, Eunice Muñoz, João Guedes, João Vasco,
Maria do
Céu Guerra, Mário Pereira, Lia Gama, Zita Duarte
distribuição
Fedra
Eunice Muñoz
Enone Amélia
Rey-Colaço
Hipólito
Mário Pereira
Teseu João Guedes
Arícia Maria do Céu Guerra
Teramenes
João Vasco
Ismene Zita Duarte
Panope Lia Gama
Mensageiro António
Marques
Vai abrir o pano
para Fedra...
Teatro Experimental de Cascais: Fedra, de Racine. A tensão
continua presente.
Reencontro-a nestas palavras que significam um excesso de energia
aproveitado até ao fim, uma luta pronta a erguer-se pelas suas próprias forças,
tudo o que se teve de remover - nas piores condições.
Eis porque quis encenar Fedra. Eu sabia de tudo isto.
Mas sei o que fico a dever a este contacto com Eunice Muñoz e, de
modo diferente, com Amélia Rey-Colaço: a certeza de que algo novo aconteceu na
minha profissão.
Seria desejável que os meus actores sentissem o mesmo. Aliás, sei
que o sentem.
Portanto, se falhar, prossigo calmamente.
Se Teatro Experimental pressupõe teatro de experiência, o mesmo só
é possível com a colaboração de actores que determinadas distribuições exigem.
Para a Fedra, para os seus mais altos papéis femininos, não sonhei
outras que Eunice Muñoz e Amélia Rey-Colaço.
Vieram até mim com simplicidade. Se falhar, digo-o ainda, prossigo
feliz porque não podia mais esquecer a sua lição de humildade e
profissionalismo.
Se a «minha» Fedra estiver certa, porém, acho que aconteceu algo
de muito importante para a geração que
represento.
Sentir-me-ei compensado de indiferença por vezes votada às pessoas
desta profissão, com os actos da gente desta profissão.
Meu bem amado Teatro: dentro da excitação incontrolada, da
assustadora desorganização, desta espécie de vertigem estática vai abrir o pano
para Fedra, de Racine, e um mundo novo irá surgir, seja ele qual for, para
aqueles quer durante dois inteiros anos venceram tudo - o seu próprio desânimo
- para continuarem aquilo que pensámos ter.
Obrigado Amélia Rey-Colaço!
Obrigado Eunice!
Obrigado minha Companhia, que admiro tanto!
Maiores de 12 anos
Estreia 8 Setembro
1967
Cine-Teatro
Carlos Manuel - Sintra
Fotografias
© J. Marques