TEC

Teatro Experimental de Cascais

A NOITE DOS ASSASSINOS

de José Triana

© Ricardo Rodrigues 

TEATRO EXPERIMENTAL DE CASCAIS
174ª produção | 2023

A NOITE DOS ASSASSINOS
de JOSÉ TRIANA
tradução ORLANDO NEVES
versão e dramaturgia MIGUEL GRAÇA
encenação CARLOS AVILEZ
cenografia | figurinos FERNANDO ALVAREZ
desenho de luz DANIEL WORM D'ASSUMPÇÃO
desenho de som surround | operação de som HUGO NEVES REIS
apoio ao movimento MÓNICA ALVES
assistência de encenação | direção de cena RODRIGO ALEIXO
produção RAUL RIBEIRO
direção de montagem RUI CASARES
operação de luzes | assistência de montagem JORGE SARAIVA
assistência de montagem CARLOTA GONZALÉZ
costura ROSÁRIO BALBI
fotografias de cena | materiais gráficos RICARDO RODRIGUES
secretariado MARIA MARQUES
contabilidade ANA LANDEIROTO
auxiliar de manutenção CLARISSE RIBEIRO

interpretação ELMANO SANCHO, LIA CARVALHO/FLÁVIA GUSMÃO (em circulação), TERESA COUTINHO



Comemorando o 50º aniversário do 25 de Abril, o TEC inicia o ano e um ciclo de textos proibidos pela Censura, com A NOITE DOS ASSASSINOS, de José Triana, texto revolucionário que o TEC produziu em 1973, com encenação de Jorge Listopad e que não chegou a ir a cena, por proibição da Censura no dia do ensaio geral. Será uma forma de homenagear os intérpretes de então: Maria do Céu Guerra, Manuela de Freitas e Sinde Filipe, bem como o encenador Jorge Listopad, assim como todos os artistas que tiveram de se calar perante a Censura.
Obra importante do dramaturgo cubano José Triana, a história remonta a 1950, em Cuba, antes da Revolução de 1959, quando três irmãos, Cuca, Beba e Lalo, se encontram no sotão da sua casa para encenar o assassinato de seus próprios pais. À primeira leitura estamos perante uma metáfora dramática do clima vivido naquele país, focada no conflito de gerações entre pais e filhos, especificamente em relação aos valores educacionais daqueles e a revolta destes, traçando o retrato de uma complexa relação entre irmãos. Para o TEC esta metáfora liga-se de forma mais profunda a contextos mais universais e atuais, onde num mundo instável e caótico, três irmãos lutam pela sua sobrevivência fechados num espaço, através de jogos de representação: improvisação, ensaio, ou uma representação do que já foi realizado? Neste violento jogo meta teatral de faz-de-conta, mortal e simbólico, não há amor entre os pais e filhos, revivem-se os acontecimentos num espelho interminável e nada é o que parece.
A equipa nuclear do TEC estará à frente da criação deste espetáculo, com toda a experiência e conhecimento mútuos, e convidou três atores com grande reconhecimento público: Elmano Sancho (numa continuidade de colaboração com o TEC), Teresa Coutinho (pela primeira vez no TEC) e Lia Carvalho (saída da Escola Profissional de Teatro de Cascais há vários anos, e que se estreará em Cascais neste espetáculo).

M/12 anos

carreira

27 MAR. a 25 ABR.
Qua. a Sáb. 21h00 | Dom. 16h00
com sessões a 27 MAR., 24 e 25 ABR. 21h00
5 e 12 ABR. não se efectuam sessões
Teatro Municipal Mirita Casimiro

circulação

14 OUT. | Sáb. 21h30
Centro de Artes e Espetáculos, Figueira da Foz
bilhetes à venda: AQUI 


O Teatro Experimental de Cascais
homenageia os atores Rogério Paulo e Fernanda Neves
por ocasião do dia 25 de abril

O Teatro Experimental de Cascais está prestes a completar 58 anos de existência e continua ativo nos seus objetivos. Por esta companhia têm passado as mais destacadas figuras da cultura portuguesa, como intérpretes, ou grandes figuras das artes plásticas e da música.

As homenagens

Assim, e dentro do espírito humanista da companhia, vão ser prestadas homenagens a Rogério Paulo e Fernanda Neves, intérpretes que fizeram parte do percurso do Teatro Experimental de Cascais.

A homenagem às duas personalidades será realizada no final do espetáculo em cena "A noite dos assassinos", do dramaturgo cubano José Triana. Em 1970 este espetáculo, com os intérpretes Maria do Céu Guerra, Sinde Filipe e Manuela de Freitas, numa encenação de Jorge Listopad, foi proibido pela censura na véspera da estreia, realizando algumas sessões de forma clandestina, à porta fechada.

Para que a liberdade chegasse ao teatro em 1974, muito contribuíram Rogério Paulo e Fernanda Neves.

O mítico ator, com uma carreira como intérprete, encenador e mentor de inúmeros projetos teatrais, não só em Portugal, como no estrangeiro, esteve detido diversas vezes pela polícia política. Rogério Paulo faleceu, precisamente no dia 25 de Abril de 1993.

Também, Fernanda Neves esteve detida durante mais de um ano na prisão de Caxias, pelo facto de lutar pelo fim da ditadura em Portugal. No documentário televisivo sobre a libertação dos presos de Caxias, no dia 26 de abril de 1974, é bem reconhecível o momento da saída de Fernanda Neves, juntamente com outros antifascistas.

As placas – memória ficam a marcar a sua presença no Teatro Experimental de Cascais e serão um contributo para a memória futura de que os dois intérpretes lutaram pela liberdade.

Ficarão junto à homenagem que foi prestada a Miep Gies, lendária figura da tragédia que vitimou a família Frank no regime nazi, e que esteve em Portugal, neste mesmo Teatro, em 1994.

Dia 25 de Abril, às 21h00, no Teatro Municipal Mirita Casimiro 
após o espetáculo "A Noite dos Assassinos"


Fotografias
© Ricardo Rodrigues