TEC
Teatro Experimental de Cascais
A MALUQUINHA DE ARROIOS
de André Brun
TEC Teatro Experimental de Cascais
8ª produção | 1966
A MALUQUINHA DE ARROIOS
de André Brun
encenação Carlos Avilez
cenografia | figurinos Jorge Marcel
coreografia Águeda Sena
assistência de encenação João-Pedro Cascais | Ruy de Matos
direcção de cena Santos Manuel
contra-regra Alfredo Martinho
maquinaria de cena Nuno de Sousa
operação de luzes Manuel Miranda
electricidade Domingos Lourenço
sonoplastia Fernando Pires
montagem de som Fernando Dias
execução de guarda-roupa Maria Adelina Ferreira
chapelaria e adereços Regina Isabel Pereira
ponto José David
fotografias de cena Leonel Lourenço | J. Marques
administração Augusto Coimbra
relações públicas Maria Virgínia de Aguiar
secretariado Ricardo Fragoso | Manuel Miranda
colaboração gráfica João Vieira
decoração do átrio Vitor Belém
com António Arsénio, Augusto Leal, Fernanda Coimbra, Glicínia Quartin, João-Pedro Cascais, João Vasco, José David, Luísa Neto, Maria do Céu Guerra, Marília Costa, Mirita Casimiro, Ricardo Fragoso, Ruy de Matos, Santos Manuel, Zita Duarte
distribuição
Conceição,
La Bonne Zita Duarte
D.
Perpétua, a manicure Mirita Casimiro
D.
Capitolina Esteves Luísa
Neto
Esteves
do Bacalhau Santos Manuel
Abranches,
o procurador António Arsénio
Chiquinho,
o poeta Ruy de Matos
D.
Luísa, a viscondessa Maria do Céu Guerra
Artur,
o visconde João-Pedro Cascais
D.
Alzira, a maluquinha Glicínia
Quartin
Jerónimo,
o pai Augusto Leal
D.
Eulália, a mãe Fernanda
Coimbra
Natividade,
a criada Marília Costa
Joaquim,
o criado grave Ricardo Fragoso
Borboleta,
o polícia João Vasco
Um
carregador José
David
O
espectáculo
A
Maluquinha de Arroios, farsa-comédia, em 3 actos, de André Brun,
pode considerar-se uma perfeição no género, uma impecável
caricatura da burguesia lisboeta do princípio do século, cujo
cómico irresistível, através de movimentadas situações, exprime
uma imperfeição individual ou social que pede um correctivo
imediato. Assim temos que, nem mesmo o facto de tudo se resolver «a
bem», no final das peripécias, intrigas e demais atribulações de
duas famílias, que só em aparência vivem diferentemente (a verdade
é que idêntica obsessão do dinheiro as une, idêntica promoção
social as preocupa), a sua decomposição moral, aflitiva e alegre,
pomposamente decadente, permanece para identificar um certo tipo de
raiz que o grotesco cruelmente acentua: os pobre-diabos.
Brun
sabia bem que terreno pisava. O Esteves, do Bacalhau, novo-rico, e
«escravo do dever», a mulher ignorante e ingénuamente impudente, a
«provinciana» libertinagem da Maluquinha, seu pai inescrupuloso e
jogador, a mãe, roçando entre a histeria e a projecção de um
qualquer ideal romântico, Artur, o visconde desafortunado e
germanófilo, a quem não falta sequer uma bela tez ariana, D.
Perpétua que trata unhas, ensina francês e vagueia pelas casa das
clientes com a trica engenhosa das solteironas e a ilegitima memória
do pai major, a cabotina viscondessa e o Chiquinho versejador são
personagens - protótipos, iluminadas pela ironia lúcida e
cáustica do autor.
Quer-nos
parecer que Carlos Avilez, transpondo esta «Maluquinha» para 1966,
deu às figuras o tratamento adequado. Entrou na farsa, na mais
audaciosa, meteu o pé pelo «vaudeville», garantiu a certas
situações o seu valor máximo pelo absurdo e culminou por tirar
efeitos que atingem por vezes a alucinação. E tudo isso dentro do
ritmo que Brun permitia a qualquer inteligente encenador.
Maiores de 17 anos
agradecimentos
Alice
Ogando, Manuel Vicente da Graça, Maria Luísa Marques Joaquim
Estevam D'Oliveira, Joaquim Penim
Empresa
do Cinema Império, Fidelsom, Loja do Mário, Pétala d'Ouro, União
Eléctrica Cascaense
Estreia 4 Novembro 1966
Teatro
Gil Vicente - Cascais
Fotografias
© J. Marques